Onomatopeias do Teu Nome
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Onomatopeias do Teu Nome (ESGOTADO)

5,00 €
Com IVA

Autor: Maria José Oliveira (sfrjs)
Tamanho: 160X230mm
N.º de páginas: 128
ISBN 978-989-8877-00-0
1ª edição: 2017

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Estes límpidos poemas, são um desafio a que, com gozo, ofereçamos a Deus os signos do nosso mundo para que Ele os visite e, através da acção do Espírito Santo, se convertam em revelação sua, até que os nossos próprios nomes humanos participem na eterna sinfonia do seu louvor.

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O momento em que Moisés descobre Deus na sarça ardente é de deslumbramento e de proximidade. A partir deste episódio, em Ex 3, 14-15, no qual Deus se revela como Aquele que é, que vive e age em favor dos que ama, o célebre tetragrama hebraico YHWH passa a ser o nome pessoal de Deus. De facto, «Misteriosíssimo é o nome de Deus» (Romano Guardini).


Na Bíblia a ligação entre um nome e a realidade por ele representada é contínua e intrínseca. Mas o texto bíblico, ainda que, do princípio ao fim, seja um jardim de homenagem ao nome de Deus, observa um recato respeitoso para com a pronunciação daquele que é o nome mais sagrado de todos e irrompe em alternativas para manifestar o respeito que lhe é devido. O segundo mandamento prescreve evitar a invocação do nome de Deus em vão. E que nome poderá conter a grandeza de Deus?!


Para a nossa mentalidade contemporânea tal modo de se posicionar perante o nome de Deus pode parecer exagerada. Mas chegar a um certo grau de “habituação” ou banalização do sentido do sagrado, pode levar à tentação de querer manipular Deus, de O “antropomorfizar”, e isto desvirtua totalmente o modo de se relacionar com Ele. Se nos queremos apropriar de Deus nunca encontraremos o verdadeiro Deus, porque Ele continua a ser o transcendente, o totalmente Outro.


A formulação de Deus é então ambígua? Não! É o próprio Deus que toma a iniciativa de Se revelar e sempre nos surpreende! O nome de Deus aparece-nos então como que espalhado em onomatopeias. Uma onomatopeia não é ambígua, mas é uma tentativa (sempre aproximada e nunca exacta) de reproduzir um som da natureza. Mais do que nomear Deus a nossa verdadeira ambição é deixarmo-nos nomear por Ele! Ele conhece-nos! É Nele que lemos a nossa identidade.


S. Francisco de Assis bem percebeu a impossibilidade de aprisionar ou limitar Deus entre as arestas dos nossos humanos pressupostos, quando cantou os seus louvores, em passeio por uma exagerada abundância de pronomes que ficam num espanto em aberto. A transcendência não provoca distância, mas deslumbramento!


Mesmo entre as pessoas, um nome é muito mais que um aglomerado de letras ou fonemas, gerado para diferenciar algo ou alguém, ele tem sempre subjacente uma relação, é a forma muito imediata de um “eu” chegar a um “tu” como música para o ouvido do coração. E é certo que hoje vivemos uma crise de abordagem dos nomes.


O nome acorda o nomeado dentro de nós e acorda a sua atenção para nós. O nome faz acender a fibra dos afectos e esta é a melhor pronunciação: a espiritual. Sem vogais YHWH é impronunciável e ainda bem! O nome de Deus está inserido em tudo aquilo que O traz à nossa presença! Nome inefável, que nunca conseguimos reproduzir, mas doce e memorável à lembrança do coração!


Estes límpidos poemas da Irmã Maria José, sfrjs, escritos com arte e com alma, são um desafio a que, com gozo, ofereçamos a Deus os signos do nosso mundo para que Ele os visite e, através da acção do Espírito Santo, se convertam em revelação sua, até que os nossos próprios nomes humanos participem na eterna sinfonia do seu louvor.


+ José Manuel Cordeiro
Bispo de Bragança-Miranda

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