A Eucaristia, Evocação e Celebração do Mistério Pascal
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A Eucaristia, Evocação e Celebração do Mistério Pascal

4,00 €
Com IVA

Autor: Sebastião Faria

Tamanho:148X210mm
N.º de páginas: 88
ISBN 978-989-8877-40-6
1ª edição: Abrilde 2019

Colecção: Exsultet – 8

O estudo articula-se em três partes: Primeira: Palavra de «bênção» e rito; Segunda: A Eucaristia, Sacrifício memorial da Páscoa ou Sacramento Pascal do Novo Testamento; Terceira A Eucaristia, sacrifício de reconciliação e de comunhão.

Quantidade

Toda a Oração Eucarística é consecratória, toda ela é acção de graças, toda ela é anamnese, toda ela é epiclese, toda ela é doxologia. Daí a importância pastoral que tem o modo de pronunciar esta Oração de acção de graças, e a catequese esclarecida aos fiéis, para que melhor possam celebrar por Cristo, com Cristo e em Cristo, morto e ressuscitado no meio de nós, as maravilhas que Deus continuamente nos oferece na celebração eucarística.

Apresentação

Felicitamos e saudamos vivamente o Padre Sebastião Ferreira de Faria, S.J., por esta belíssima reflexão de Teologia litúrgica agora apresentada: A Eucaristia. Evocação e celebração do Mistério Pascal. O estudo articula-se em três partes: Primeira: Palavra de «bênção» e rito; Segunda: A Eucaristia, Sacrifício memorial da Páscoa ou Sacramento Pascal do Novo Testamento; Terceira A Eucaristia, sacrifício de reconciliação e de comunhão.

O autor trata de ilustrar o sentido mais original das Orações Eucarísticas para uma compreensão mais profunda do contexto em que Jesus instituiu a Eucaristia e o seu próprio mandato: «fazei isto em memória de Mim» (Lc 22,19; 1Cor 11,25b-26).

O P. Sebastião é consultor do Secretariado Nacional de Liturgia; um grande servidor da Reforma Litúrgica em Portugal, especialmente na tradução, revisão e publicação dos livros litúrgicos; o primeiro português a defender uma tese de doutoramento no Pontifício Instituto Litúrgico do Pontifício Ateneu de Santo Anselmo. De facto, no dia 12 de Junho de 1970 apresentou a tese: Natal e Eucaristia. Os principais temas teológicos na Liturgia eucarística de Natal segundo o Sacramentário Veronense (Formulário XL) à luz da Tradição ocidental.

A Liturgia vive dos sacramentos. Na verdade, toda a vida litúrgica da Igreja gravita em torno da Eucaristia e dos sacramentos. Estes celebram a acção salvífica de Cristo na Igreja nascida da Páscoa. Por isso, o centro da celebração dos sacramentos é o Mistério da Páscoa de Cristo, como afirma a Constituição Sacrosanctum Concilium, sobre a Sagrada Liturgia, «Portanto, a liturgia dos sacramentos e dos sacramentais oferece aos fiéis nas devidas disposições, a possibilidade de santificar todos os actos da sua vida pela graça divina que dimana do Mistério pascal da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, do qual todos os Sacramentos e Sacramentais recebem a sua eficácia. E assim, não há nenhum uso honesto das coisas materiais que não possa ser orientado para a santificação dos homens e o louvor de Deus» (n. 61).

Toda a Liturgia é, principalmente, celebração sacramental, que realiza, sobremaneira, na Eucaristia, a união entre o visível e o invisível, isto é, o único mistério de Deus, que outro não é senão o próprio Jesus Cristo, como escreve Santo Agostinho: «Não há outro sacramento “mistério” de Deus senão Jesus Cristo».

Verifica-se, hoje, a necessidade de uma pastoral litúrgica que parta da mistagogia, acompanhando a comunidade cristã «por acções e palavras»(cf. SC 48), até ao centro do mistério pascal de Cristo, para que a celebração da Eucaristia, de modo especial ao Domingo, seja nobre na sua simplicidade, séria e bela. A celebração dos mistérios é em si mesma iniciação aos mistérios, isto é, a Liturgia inicia ao mistério, celebrando o próprio mistério. Ao celebrá-lo, o mistério revela-se e dá-se a conhecer, como recordam os Padres da Igreja. Acerca do sacramento da Eucaristia, S. João Crisóstomo afirma: «Este mistério faz da terra céu».

É estimulante que o P. Sebastião, na sapiência do coração, conclua a sua reflexão com uma pergunta nesta arte mistagógica: «Será conveniente continuar a falar das “palavras da consagração”, limitando-as às palavras da Ultima Ceia, na narração da Instituição da Eucaristia?». E, as últimas linhas do seu estudo orientam para uma resposta pastoral e litúrgica:«Não parece. Uma coisa é certa; segundo a mentalidade da Igreja primitiva, modelada no espírito da oração bíblica, toda a Oração Eucarística é consecratória, toda ela é acção de graças, toda ela é anamnese, toda ela é epiclese, toda ela é doxologia. Daí a importância pastoral que tem o modo de pronunciar esta Oração de acção de graças, e a catequese esclarecida aos fiéis, para que melhor possam celebrar por Cristo, com Cristo e em Cristo, morto e ressuscitado no meio de nós, as maravilhas que Deus continuamente nos oferece na celebração eucarística».


+ José Manuel Garcia Cordeiro
Bispo de Bragança-Miranda
Presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade

Sebastião Ferreira de Faria

Sebastião Ferreira de Faria nasceu a  23 de Janeiro de 1932 na Freguesia de Areias (Santo Tirso). Entrou no Noviciado da Companhia de Jesus no dia 7 de Setembro de 1949, no Convento da Costa, em Guimarães.

Em 1956 licenciou-se em Filosofia na Faculdade Pontifícia de Filosofia, em Braga. De 1956 a 1959 foi professor no Colégio da Imaculada Conceição, em Cernache, Coimbra. Frequentou a Faculdade Pontifícia de Teologia de San Cugat del Vallés, Barcelona, onde se licenciou em Teologia em 1963. Foi ordenado Sacerdote no dia 1 de Julho de 1962.

Em 1970 concluiu o Doutoramento em Liturgia no Pontifício Instituto Litúrgico de Santo Anselmo, vindo e leccionar Liturgia no Seminário Conciliar de Braga e trabalhando como bibliotecário na Faculdade de Filosofia, Braga.

A partir de certa data dedicou-se, a pedido da Comissão Episcopal de Liturgia, à tradução, revisão e coordenação de todos os textos litúrgicos oficiais em língua portuguesa, primeiro formando equipa com o saudoso Padre Manuel Simões, S.J. e posteriormente em colaboração estreita e directa com o Secretariado Nacional de Liturgia.

A sua rara competência de tradutor resulta de três componentes que nele se uniram, como da junção de três ribeiros se forma um rio: esmerada preparação específica em Liturgia, sensibilidade litúrgica e musical de excepção, e uma vastíssima cultura geral.

Foi toda esta riqueza que lhe permitiu realizar uma obra ímpar, bem documentada nas sucessivas edições dos  livros litúrgicos em língua portuguesa, que apresentam, além de outras, estas três qualidades não desprezíveis: 1) inteira fidelidade aos seus originais latinos; 2) qualidade linguística dos textos vertidos para português; 3) vastíssima riqueza vocabular, fruto da reconhecida cultura humanista do senhor Padre Sebastião Faria.

Além do que fica dito e do muito mais que poderia dizer-se, não pode esquecer-se a grande ajuda pastoral que o P. Sebastião tem prestado às paróquias vizinhas da Casa da Torre, nomeadamente na direcção de grupos corais litúrgicos. Notável tem sido também a sua dedicação aos doentes, tanto da comunidade como da paróquia de Soutelo.