

Autor: Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica
Tamanho:148X210mm
N.º de páginas: 48
ISBN 978-989-9081-60-4
1.ª edição: junho 2023
A vida eremítica exprime-se pela escolha de viver uma busca intensa e exclusiva do olhar de Deus, estimulada pelo desejo de união íntima com Ele, entregando-se unicamente a Ele numa separação do mundo extremamente rigorosa.
1. “Abrirei um caminho no deserto” (Is 43, 19). O versículo do profeta oferece-nos o horizonte sugestivo do deserto – caro ao imaginário da vida eremítica – e, ao mesmo tempo, recorda a metáfora do caminho traçado por Deus, no qual o discípulo se põe a caminho à procura da Sua Face. Do Oriente ao Ocidente, a tradição cristã foi atravessada pela presença luminosa de homens e de mulheres que viveram, com uma radicalidade singular, a sequela pressius Christi na forma de vida eremítica. Desde as origens, os primeiros testemunhos lembram o que é típico de uma vida dada a Deus, para louvor da glória da sua graça (Ef 1, 6).
A vida eremítica exprime-se pela escolha de viver uma busca intensa e exclusiva do olhar de Deus, estimulada pelo desejo de união íntima com Ele, entregando-se unicamente a Ele numa separação do mundo extremamente rigorosa. A vida dos soli Deo[1] enraíza-se no próprio coração da Igreja e da humanidade por uma abertura à intercessão fecunda.
A Igreja deseja dar graças por esta “pérola preciosa” (Mt 13, 44), colocada simultaneamente no centro e nas margens da vida das comunidades cristãs e olhada com respeito pelos pastores das Igrejas particulares, conscientes do dever de a conservar na sua autenticidade e de a acompanhar no seu desenvolvimento.
As Orientações da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica, em linha com a tradição da vida eremítica e no quadro do cân. 603, dizem respeito em particular aos eremitas, homens e mulheres, que, dependem diretamente do Bispo diocesano e observam, sob a sua conduta, a forma de vida que lhes é própria[2].