Mosaicos de Fé
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Mosaicos de Fé

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O Retábulo da Igreja da Ribeira Chã

Luís Leal

Quantidade

Formato: 200X200 mm

72 páginas (a cores)

ISBN 978-989-8293-74-9

Do prefácio 

O período em que decorre o Concílio Vaticano II (1962-1965) é relativamente parco e modesto na construção de novas igrejas nos Açores. (...) 

Ribeira Chã constitui uma excepção na arte contemporânea no interior de uma igreja açoriana. Tal se deve à criatividade e linguagem de Tomás Borba Vieira e ao empenho do saudoso Padre João Caetano Flores, não só num trabalho básico e funcional, mas artístico que nos remete para outros significados. 

Tal como açorianos, de tanto convivermos com a paisagem que nos viu nascer, perdemos a capacidade de nos espantar, maravilhar e contemplar. É assim que podemos entrar na igreja com uma olhar habituado, ou preguiçoso, e não ver nada de novo ali. É preciso alguém fora do quarto que nos acorde e conte a história. É aqui que entra o Padre Luis Leal, do Patriarcado de Lisboa e romeiro em S. Miguel, onde a surpresa todos os dias se levanta de novo com a manhã, que nos acorda com o seu olhar desabituado para ler e narrar aquilo que já não somos capazes de fazer, por tanto olhar sem ver. 

Cón. Hélder Fonseca Mendes, Vigário Geral da Diocese de Angra 



Da nota do autor do retábulo 

(...) A Constituição Litúrgica do Concilio Vaticano II (Sacrosanctum Concilium) esclarece que "a Igreja sempre recorreu ao nobre serviço das artes adoptando as formas de expressão artística próprias de cada povo ou região" (SC 123). "Também se esforça por estimular a criação de novas formas de acordo com a maneira de ser de cada época" (cf.123. 129; IOE 13c). 

O cuidado do Concílio com estas matérias, considera também que: "devem os clérigos, durante o curso filosófico e teológico, estudar a história e evolução da arte sacra, bem como os sãos princípios em que ela deve fundar-se". (SC 129). 

A composição para o painel em mosaico da igreja da Ribeira Chã foi inicialmente concebido como uma obra individual. No entanto, durante os trabalhos de planeamento de aplicação do desenho à escala final, muitos membros da comunidade paroquial que se deslocavam ao local por curiosidade, começaram a dar sugestões para o trabalho. Estas participações espontâneas levaram ao sucesso de uma experiência de cooperação envolvendo um grupo de artistas populares da freguesia. Estes artistas eram, simultaneamente, jovens, assim como idosos e até crianças do ensino elementar, uns e outros sem qualquer experiência em domínios artísticos. (...) 

Tomaz Borba Vieira, autor do retábulo da igreja de São José da Ribeira de Chã 



Da nota do Autor 

Antes de avançarmos na observação pormenorizada, importa perceber que este retábulo da autoria do Prof. Tomaz Borba Vieira, e com 147m2, foi concluído no ano de 1966. Nesse ano estávamos em plena reforma litúrgica implementada pelo recentemente terminado Concílio Vaticano II, através da constituição Sacrosanctum Concilium, mas já antes querida e impulsionada pelo Movimento de Renovação Litúrgica, iniciado nos inícios do séc. XX. A Igreja estava em ambiente de descoberta e de ensaio de novas formas dos espaços litúrgicos. Neste espírito de renovação e reforma litúrgica, o pároco de Ribeira Chã, Pe. João Caetano Flores, juntamente com o Prof. Tomaz Borba Vieira, ajudados pelos padres Aristides Pacheco Arruda e Manuel Pereira, procuraram, e conseguindo de uma forma muito feliz, que a Igreja da Ribeira Chã fosse, não um simples local da celebração da Eucaristia de uma comunidade, mas que fosse também uma catequese litúrgica e da história da salvação a partir da figura de São José. Mas não foi só o projecto do retábulo que teve novidades ou particularidades, a sua própria execução teve a particularidade de ser feita com a ajuda da comunidade, sendo criada uma pequena escola de colocação de mosaicos, tornando-se verdadeiramente uma obra da comunidade, com a comunidade e para e comunidade. 

Padre Luís Leal, autor do livro