

Formato: 148X210 mm
80 páginas
ISBN 978-989-8877-09-3
2ª edição – Março de 2018
A presente tradução portuguesa, proposta pela Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade de Portugal, destina-se ao conhecimento da Conferência Episcopal Portuguesa e Comissões Diocesanas de Liturgia e de Arte Sacra.
A presente Nota pastoral deve ser vista juntamente com os anteriores documentos: I beni culturali della Chiesa in Italia (documento do Episcopado Italiano (9 dezembro 1992), em Notiziario C.E.I., n. 9, pp. 309-336) e La progettazione di nuove chiese (Nota pastoral da Comissão Episcopal para a Liturgia (18 fevereiro 1993), em Notiziario C.E.I., n. 3, pp. 51-67). Estes três documentos constituem um corpo orgânico de orientações para a Igreja em Itália, no que diz respeito às relações Igreja, arte e bens culturais.
Os destinatários desta Nota são os Bispos e as Comissões diocesanas de Arte sacra, os responsáveis pelas iniciativas neste campo (párocos, religiosos, religiosas e fiéis), os projectistas, os restauradores e os funcionários dos organismos públicos destinados à tutela dos bens culturais.
O documento exigiu três anos de trabalho: na primeira fase foi analisada esta vasta e complexa matéria; promoveram-se dois seminários de estudo, em Setembro de 1993 e em Abril de 1994, para os quais foram expressamente convidados liturgistas, sacerdotes e artistas.
Na segunda fase, a partir do material recolhido e dos resultados dos seminários de estudo, foram elaborados cinco textos prévios do documento, submetidos periodicamente ao exame dos técnicos e dos Bispos membros da Comissão Episcopal de Liturgia.
Esta Comissão, na reunião de 27 de Outubro de 1995, emitiu parecer favorável a que o documento fosse apresentado ao exame do Conselho Episcopal Permanente, o qual na reunião de 25-28 de Março de 1996 propôs elementos para melhorar o texto, remetendo ao mesmo tempo à Presidência a verificação do texto emendado e, depois, a sua publicação.
A Presidência, a 27 de Maio de 1996, permitiu que o documento fosse publicado em nome da Comissão Episcopal de Liturgia.
* * *
Esta Nota, em conformidade com o can. 1216 do Código de Direito Canónico, reafirma as normas em vigor, pretendendo esclarecer as respectivas relações entre elas e suas aplicações concretas.
As disposições contidas no texto do documento constituem norma de referência para a actuação no campo da adaptação litúrgica, por parte dos organismos diocesanos, regionais e nacionais que têm competência no campo da arte sacra e dos bens culturais eclesiásticos.
A reforma litúrgica, cujas bases foram lançadas pela Constituição Sacrosanctum Concilium do Concílio Ecuménico Vaticano II, revela-se como um caminho prometedor de renovação da mentalidade e da praxis eclesial na celebração do mistério de Cristo.
Faz parte deste itinerário vasto e profundo conhecer e usar rectamente todos os sinais de fé que a tradição de origem bíblica e patrística confiou à Igreja, que a acolhe e transmite no decorrer da sua missão no mundo. Coerente com esta perspectiva, a Igreja dedicou sempre especial atenção às obras de arte e de arquitectura que foram criadas para servir a acção litúrgica das diversas comunidades (cf. SC, nn. 122-126) e sente-se obrigada também nos nossos dias “a conservar e a transmitir com solicitude o património artístico e os testemunhos de fé do passado” (C. E. I., Il rinnovamento liturgico in Italia, n. 13).
No respeito da própria tradição, que vê nos edifícios de culto os lugares privilegiados para o encontro sacramental com Deus, a Igreja pretende evitar “quer a dissipação desses tesouros quer a anuência em relegá-los à categoria de objectos de museu: uma igreja é um lugar vivo para homens vivos” (ibid., n. 13).
Por isso os Bispos italianos, com a presente Nota, desejam pôr em evidência e conduzir a bom termo um plano pastoral orgânico, segundo o qual “criatividade e conservação, adaptação e salvaguarda” sejam os critérios que devem guiar as tentativas de quantos se empenham “no novo arranjo de antigos espaços e ambientes para o culto, como também na criação de novas estruturas e alfaias para a liturgia” (ibid., n. 13).
Completando quanto tínhamos indicado na Nota pastoral “La progettazione di nuove chiese” (1993) e nas Linhas de orientação “I beni culturali della Chiesa in Italia” (1992), este documento explica as razões e os métodos da adaptação das igrejas existentes, para que elas, segundo um plano diligente e controlado, sejam úteis para a promoção da renovação das celebrações, segundo as exigências da reforma litúrgica. Com esse fim, utiliza amplamente o que os documentos para a aplicação da reforma litúrgica já estabeleceram, e dispõe numa forma ordenada as normas vigentes[1] .
O conjunto desse quadro normativo, considerado na sua unidade, manifesta o empenho da Igreja italiana no campo da arte litúrgica e dos bens culturais e reforça a igual importância dos três aspectos já recordados: o esforço pela conservação, a busca de adaptação às novas exigências e a promoção de novas obras correspondentes à índole de cada época (cf. Introdução Geral ao Missal Romano, nn. 253-254).
Esta Nota pastoral propõe-se também como ponto de encontro, de colaboração e de trabalho comum para todos os operadores eclesiais implicados no processo de adaptação, para os profissionais e os técnicos, e também para todos os que têm autoridade na tutela do património cultural italiano.
+Luca Brandolini
Bispo de Sora-Aquino-Pontecorvo
Presidente da Comissão Episcopal de Liturgia
[1] “Na construção e na restauração das igrejas, com o conselho dos peritos, observem-se também os princípios e as normas da liturgia e da arte sacra”.
Nota à edição portuguesa.......................................................................... 5
Apresentação............................................................................................... 7
Introdução
1. A adaptação das igrejas, sinal de fidelidade ao Concílio............... 9
2. Urgência, complexidade, interesse geral do problema................. 10
3. A responsabilidade eclesial................................................................ 11
4. Para conciliação de interesses diversos........................................... 12
5. Problema a encarar com a devida competência litúrgica
e projectual............................................................................................ 14
6. Os conteúdos......................................................................................... 15
7. Os destinatários.................................................................................... 16
8. Os objectivos......................................................................................... 17
9. Para uma leitura contextual.............................................................. 17
I As igrejas, a história e a liturgia
10.Relação entre liturgia e igreja............................................................ 18
11.A igreja e o seu espaço para a celebração litúrgica.......................... 18
12.A igreja, arquitectura para a liturgia................................................. 20
13.A igreja, arquitectura à maneira de “ícone”..................................... 22
II Adaptação dos espaços de celebração
14.Um projecto global.............................................................................. 23
A adaptação dos espaços para a celebração da Eucaristia
15.O lugar da assembleia.......................................................................... 24
16.O presbitério......................................................................................... 26
17.O altar..................................................................................................... 27
18.O ambão................................................................................................. 29
19.A sede do presidente............................................................................ 30
20.A reserva eucarística............................................................................ 30
21.Lugar do coro e do órgão..................................................................... 32
22.Os cadeirais do coro............................................................................. 33
23.A capela ferial........................................................................................ 33
24.As alfaias, objectos, ornamentos....................................................... 34
A adaptação dos espaços para a celebração do Baptismo
25.Valorização da fonte baptismal e do baptistério existentes........ 35
26.Adaptação da fonte baptismal e do baptistério.............................. 36
27.Exigências litúrgicas........................................................................... 37
28.Algumas situações possíveis e hipóteses de solução...................... 38
29.Sinais e imagens para a fonte e para o baptistério.......................... 39
Adaptação dos espaços para a celebração da Penitência
30.Significado do lugar e da sede para a celebração da Penitência.. 40
31.Adaptação do lugar da Penitência.................................................... 41
32.Situações possíveis e hipóteses de solução...................................... 42
33.Novos confessionários........................................................................ 44
A adaptação dos lugares subsidiários
34.A sacristia e depósito........................................................................... 44
35.O adro e a praça..................................................................................... 45
Adaptação do programa iconográfico,
devocional e decorativo
36.Significado do património iconográfico e devocional................ 47
37.Critérios gerais para a adaptação....................................................... 48
38.Situação mais frequente..................................................................... 49
39.Igrejas sem imagens............................................................................ 50
40.Programas iconográficos incompletos........................................... 50
41.Novas obras de arte............................................................................... 50
42.A decoração........................................................................................... 51
43.As relíquias e os relicários................................................................... 52
44.O museu e a igreja................................................................................. 52
III A elaboração do projecto de adaptação
A iniciativa eclesial
45.O “comitente”....................................................................................... 53
46.Comissão diocesana de arte sacra...................................................... 54
Os autores do projecto
47.O projectista.......................................................................................... 55
48.Os consulentes [conselheiros peritos].............................................. 56
Igrejas a adaptar
49.Aspectos gerais da adaptação............................................................. 56
50.Casos típicos de adaptação: igrejas catedrais.................................. 57
51.Igrejas paroquiais................................................................................. 58
52.Santuários.............................................................................................. 58
53.Igrejas votivas....................................................................................... 59
O projecto de adaptação
54.As questões de onde se vai partir........................................................ 59
55.Problemas a resolver............................................................................ 60
56.As fases do projecto.............................................................................. 62
57.Itinerário do projecto......................................................................... 63
58.Projecto das estruturas....................................................................... 65
59.Projecto das instalações..................................................................... 66
60.Os documentos do projecto de adaptação....................................... 69
61.Normas canónicas e civis.................................................................... 69
Conclusão
APÊNDICE
I Estudos e procedimentos para a aprovação do projecto
Projecto nas suas grandes linhas...................................................... 71
Projecto executivo............................................................................... 72
II Normas litúrgicas, canónicas, civis e concordatárias
Normas litúrgicas: documentos principais..................................... 74
Normas canónicas 76