A beleza da liturgia
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A beleza da liturgia

14,00 €
Com IVA

(2ª edição – Revista e aumentada)

Formato: 160X230 mm

656 páginas

ISBN 978-989-8293-78-7

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Apresentação 

Com imenso júbilo e agradecimento acolhemos a segunda edição revista e aumentada do livro: A beleza da liturgia. Trata-se de um contributo significativo para a educação litúrgica em língua portuguesa. Registamos com enorme satisfação o aumento de questões litúrgico-pastorais que muitas pessoas colocam ao Secretariado Nacional de Liturgia e à Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade e as consequentes e inteligentes respostas que figuram nesta feliz publicação. 

O grande objectivo da Reforma Litúrgica «foi suscitar uma espiritualidade e uma pastoral que tenham como cume e fonte a Liturgia» e como refere a própria Sacrosanctum Concilium «é desejo ardente da Mãe Igreja que todos os fiéis cheguem à plena, consciente e activa participação nas celebrações litúrgicas, que a própria natureza da Liturgia exige e que é, em virtude do seu Baptismo, um direito e um dever do povo cristão, «geração escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo resgatado» (1 Ped 2, 9; cf. 2, 4-5). (...) Mas, porque não se pode esperar que isto aconteça, se antes os pastores de almas não estiverem profundamente impregnados do espírito e da virtude da Liturgia e nela se tornarem mestres, é indispensável assegurar em primeiro lugar a formação litúrgica do clero». 

A educação litúrgica é decisiva, porque a participação activa, plena, consciente e frutuosa na celebração, fundada na estrutura sacramental da Igreja e no sacerdócio de Cristo é um direito e um dever de todos os fiéis. A urgência da necessidade de promover a educação litúrgica dos pastores e do povo cristão é condição para a meta da reforma litúrgica, ou seja, a participação activa e consciente de todos. 

Agradecemos do coração aos colaboradores desta segunda edição: P. António Júlio da Silva Cartageno, Cón. João da Silva Peixoto, P. José de Leão Cordeiro (organizador e colaborador principal), P. Manuel Augusto da Silva Frade e P. Sebastião Ferreira de Faria. 

Igualmente, a nossa profunda gratidão à equipa do Secretariado Nacional de Liturgia, em especial ao P. Pedro Ferreira, ao Delfim Machado e à Paula. 


+ José Manuel Garcia Cordeiro 
Bispo de Bragança-Miranda 
Presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade
 



Introdução 

Nos meus tempos de jocista utilizei muitas vezes, para aprender cânticos novos do Movimento, um pequeno livro, de capa verde, editado pelas edições “JOC”. Entre esses cânticos, com acompanhamento musical a piano, havia um que se exprimia assim: “Ouçam uma história muito bem contada: | Deus criou o mundo, tirou-o do nada. | Por isso se diz que Deus é Criador; | Louvemos a Deus Nosso Senhor”. || “No princípio nada havia, | Nem mar nem terra nem céu, | Nada no mundo existia, | Mas já existia Deus. | Só Deus não teve princípio, | Nem tão pouco há-de ter fim, | Criou o mundo em seis dias, | Eu vou contar, foi assim...”. || “Para começar, logo ao primeiro dia, | Deus criou a Luz, que é toda alegria. | No segundo dia fez o firmamento, | Tão azul quando não está cinzento” ||. 

E o cântico prosseguia, recordando a obra da criação do mundo, por Deus, nos seis dias do relato bíblico do Livro do Génesis (Gen 1, 1-31): “No terceiro fez a terra | E separou-a do mar, | Com plantas para a cobrir | E flores para a enfeitar. | Fez a erva e o pinheiro, | A laranja e o limão, | Fez o milho, fez o trigo, | Para a b’roa e para o pão”.... 

Quando mais tarde fui ordenado presbítero, nas minhas lides pastorais gostava de ensinar o Cântico da Criação às crianças da catequese. E elas, uma vez aprendida a melodia e fixadas as palavras, gostavam de o cantar no início de quase todas as catequeses, sem que a repetição as cansasse. 

As coisas feitas pela mão do homem, ao contrário das que foram criadas por Deus infinito e eterno, que não teve princípio nem tão pouco há-de ter fim, começam num dia e acabam noutro, como o livro que tem entre mãos, caríssimo leitor ou leitora. Ele teve uma data para começar e outra para ser acabado. Vou-lhe contar como foi, parafraseando os dizeres da canção. 

Certa manhã, alguém escreveu uma carta ao Secretariado Nacional de Liturgia fazendo uma pergunta relacionada com a celebração da Missa. Respondeu-lhe um dos vogais do mesmo Secretariado, e foi como se alguém provocasse um incêndio. Não tardaram a surgir perguntas e mais perguntas de participantes nos nossos Encontros Nacionais ou Diocesanos de Liturgia, e, logo a seguir, de pessoas que tinham conhecimento dessas respostas, morassem elas no Brasil ou nalgum dos Países que fazem parte dos PALOPs. Interpretámos o fenómeno como sinal do desejo e necessidade que muitos cristãos sentem de aprofundar as coisas da Liturgia, que a Constituição Sacrosanctum Concilium «considera como o exercício da função sacerdotal de Cristo, na qual os sinais sensíveis significam e, cada um à sua maneira, realizam a santificação dos homens e o Corpo Místico de Jesus Cristo – cabeça e membros – presta a Deus o culto público integral» (SC 7; EDREL 7). 

A todas se respondia, na medida do tempo disponível e na data mais livre de outros trabalhos urgentes, dado que este não era prioritário, mas apenas e só uma forma de realização pessoal que nos dava muito prazer. Pensava-se na solução a dar à pergunta feita, escrevia-se a resposta no computador e depois enviava-se pela Internet. Os destinatários eram pessoas que não conhecíamos, mas que tinham gosto pela Liturgia e não receavam apresentar-nos todo o género de questões, das mais simples às mais complexas. 

As respostas foram-se acumulando e, um belo dia, alguém nos sugeriu que era tempo de juntá-las em livro e de as colocar à disposição de quem quisesse conhecê-las. Publicou-se a 1.ª Edição em 2012, com o título sugestivo A beleza da liturgia, escolhido pelo P. Pedro Ferreira, Director do Secretariado Nacional de Liturgia, e apresentação gráfica do caríssimo Delfim Machado. Bem longe estávamos de pensar que, passados três anos, seria necessário preparar a 2.ª Edição. Aqui a tem entre mãos, caríssima leitora ou leitor, muito aumentada em relação à primeira, pois se passou de 223 respostas para 377, ao mesmo tempo que o volume de 414 páginas subiu para mais de 650, num formato um pouco diferente do anterior. 

As respostas vão-se sucedendo em determinada ordem. Primeiro as que dizem respeito à celebração da missa, nos seus cinco momentos, formando outros tantos Capítulos: Preparação, Ritos Iniciais, Liturgia da Palavra, Liturgia Eucarística e Ritos de Conclusão. 

A esta primeira secção, que é a mais extensa, com 124 respostas, seguem-se mais nove: diversas formas de celebração da missa (28), outras celebrações litúrgicas (61), ano litúrgico (52), disposição e adorno das igrejas (23), liturgia e livros litúrgicos (22), ofícios e ministérios (35), canto e música na liturgia (4), religiosidade popular (19), igreja, sacerdócio e fé cristã (7), ao serviço da liturgia em portugal (2). Ao todo são 377 respostas, agrupadas em 46 Capítulos. 

Os colaboradores são cinco, tendo sempre respondido em nome do Secretariado, o que, de algum modo, compromete a responsabilidade deste e da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade. 

Pela nossa parte, desejamos que os leitores deste livro nele encontrem tanto prazer, como o sentimos nós ao prepará-lo, convencidos de que estávamos a prestar um serviço de qualidade à causa da liturgia em portugal. 

«Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto do Céu nos abençoou, com todas as bênçãos espirituais em Cristo» (Efésios 1, 3). 


José de Leão Cordeiro 

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