Reaviva o dom que há em ti (esgotado)

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O ministério ordenado nas Cartas a Timóteo e Tito

Autor: Joaquim Domingos Areais

Tamanho:148X210mm

N.º de páginas: 128

ISBN 978-989-9081-29-1

1.ª edição: maio de 2022

Coleção: Hodie – 7

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Nas Cartas Pastorais, Paulo apresenta-nos a figura do Pastor da Igreja, como guia afetuoso, compreensivo, atento ao essencial, que não se distrai com ilusões ou fantasias, realista, fraterno e com os pés bem assentes na terra. Homem vigilante, que não corre atrás de falsas promessas nem se deixa enganar facilmente, capaz de infundir coragem e esperança, como o Servo de Javé (cf. 2Tm 2,22-26), que faz do serviço a sua missão.

Esta imagem do Pastor é também essencial, nos dias de hoje, que precisa de pastores, segundo o coração de Cristo, promotores do diálogo, escutando e animando, no serviço do anúncio fiel do Evangelho e dos mais frágeis, numa Igreja, que olha para os vastos horizontes do futuro com fé e esperança, compreendendo os tempos da paciência de Deus.

Quantidade

Domingos Areais nasceu a 30 de agosto de 1966, na freguesia de S. Pedro Fins, concelho da Maia, distrito do Porto. É padre da diocese do Porto e foi prefeito no Seminário do Bom Pastor e professor no Colégio de Ermesinde, pároco de Arrifana e Romariz (Feira), missionário Fidei Donum nas paróquias de Ibaraki e Takatsuki, na Diocese de Osaca (Japão). Fez a licenciatura em Teologia e o mestrado em Antropologia Teológica, na UCP (Porto), com uma tese publicada na Biblioteca Humanistica e Teologica com o título “Os desafios da pós-Modernidade à Evangelização”. Frequentou o Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália), concluindo a Licenza Canonica em fevereiro de 2014 com uma tese sobre o “Khaire Alegra-te (Lc 1,28)” da Anunciação; integrado no plano de estudos desta Licenza frequentou também um semestre na Universidade Hebraica de Jerusalém (Jerusalém/Israel).

Defendeu tese de doutoramento em 2020, na Faculdade de Teologia da UCP, na especialidade de teologia bíblica sobre Jo16,16-33: “A Páscoa de Jesus, partogénese da nova humanidade. Estudo exegético e teológico de Jo 16,16-33”, publicada em livro pelas Edições Paulinas em abril de 2021. Investigador na área das ciências bíblicas domina quatro línguas antigas – grego, hebraico, latim e siríaco/aramaico – e seis modernas: espanhol, francês, inglês, italiano, alemão e japonês; tendo estudado a língua inglesa no The International Study Centre de Dublin (Irlanda), a língua japonesa no Osaka Japanese Language Education Center de Osaca (Japão) e a língua alemã no Kreuzberg Bonn – Sprachinstitut de Bona (Alemanha). É pároco de Folgosa e São Pedro Fins (Maia) e professor de Sagrada Escritura no Centro de Cultura Católica do Porto.

Apresentação

Saudamos e felicitamos o Padre Joaquim Domingos Areais pelo seu novo estudo, agora publicado pelo Secretariado Nacional de Liturgia: Reaviva o dom que há em ti. O ministério ordenado nas cartas a Timóteo e Tito.

O tempo das cartas pastorais corresponde a um tempo de desilusões, em que surgem os primeiros cansaços, os desvios, as fugas, o multiplicar-se de doutrinas, de sectarismos e divisões.

Nota-se que a evangelização não caminhou tão rapidamente como se pensava. É o momento da crise, necessária e providencial para reanimar, reavivar, alentar e reestruturar os ministérios presentes na Igreja.

Por isso, Paulo Apóstolo é apresentado como o pastor ancião, que está no fim da vida e escreve o seu testamento: percorreu um longo caminho, combateu o bom combate da fé e está preso por amor de Cristo, dando testemunho de Cristo como no princípio da conversão e da adesão ao Ressuscitado.

São Paulo, ao olhar para trás, para o seu passado, mas também para o futuro para os jovens pastores que deixou em Éfeso (Timóteo) e em Creta (Tito), ordenados para o anúncio do Evangelho da verdade, para dar testemunho de Cristo e dirigirem as suas comunidades.

É do interesse de Paulo reanimar o dom de Deus, que está neles pela imposição das suas mãos, de modo a evitar-lhes enganos. Na dupla figura do pastor ancião/pastor mais jovem podemos ver a diferença entre o entusiasmo inicial e a seriedade compassiva e afetuosa de Timóteo e Tito, ministros do Evangelho e educadores e guias da fé.

Todos são chamados a este serviço: presbíteros, epíscopos, diáconos, mulheres, jovens, viúvas e escravos. Como refere o autor: «o essencial dos ministérios cristãos consiste no anúncio fiel do Evangelho da verdade e do serviço à comunidade».

Já na Antiga Aliança sabemos que, entre as 12 tribos de Israel, só a tribo de Levi era “sacerdotal”, a qual servia no Templo com as ofertas votivas e os sacrifícios. A tribo de Levi articulava-se em 3 ordens: os sumos sacerdotes, os sacerdotes e os levitas.

Alguns textos do Novo Testamento[1] traçam um quadro de ministérios e serviços: Apóstolos (enviados), Profetas, mestres, pastores, vigilantes (bispos), anciãos (presbíteros), servidores (diáconos), evangelistas, que são a origem dos ministérios – do Bispo, dos Presbíteros e dos diáconos – o objeto do estudo nas cartas a Timóteo e a Tito.

A importância destas cartas pastorais para a compreensão dos ministérios ordenados e instituídos, na medida em que fazem a ponte de passagem do período apostólico para o pós-apostólico.

O Papa Clemente, na carta aos Coríntios[2] (94-96) ofereceu-nos os primeiros elementos históricos sobre a sucessão apostólica e a ordem eclesiástica: επισκοπος, presbuteroi e diakonoi. O sinal visível da continuidade com a sucessão apostólica é a ordenação sacramental, sem a qual não existe a Igreja na sua plenitude.

No século III, a partir dos dados da Traditio Apostolica (cerca de 215), sobressai a seguinte estrutura ministerial[3]: bispos, presbíteros, diáconos, confessores, viúvas, leitores, virgens, subdiáconos, e aqueles que têm o dom das curas.

O Código de Direito Canónico atual explícita: «as ordens são o episcopado, o presbiterado e o diaconado. Conferem-se pela imposição das mãos e pela oração consecratória, que os livros litúrgicos prescrevem para cada grau» e desde o dia 16 de dezembro de 2009 acrescentou-se: «aqueles que são constituídos na Ordem do episcopado ou do presbiterado recebem a missão e a faculdade de agir na pessoa de Cristo cabeça, os diáconos são habilitados a servir o povo de Deus na diaconia da liturgia, da palavra e da caridade»[4].

Vejamos ainda o que sublinha o Catecismo da Igreja Católica: «desde as origens, o ministério ordenado foi conferido e exercido em três graus: o dos bispos, o dos presbíteros e o dos diáconos. Os ministérios conferidos pela ordenação são insubstituíveis na estrutura orgânica da Igreja: sem bispo, presbíteros e diáconos, não pode falar-se de Igreja»[5].

O essencial no ministério é o amor. Jesus não pergunta a Pedro: «és capaz de administrar os bens da Igreja? És capaz de ser responsável das almas? És capaz de antever o futuro para uma comunidade difícil? És capaz de amparar os vacilantes nas perseguições? “tu amas-me?”: nisto está o essencial»[6]. E o chamamento sempre antigo e sempre novo é «Segue-me» para servir com coragem e esperança. Um homem vale quanto vale o seu coração. Este é o diálogo que sintetiza uma vida!

As nove páginas de bibliografia clássica e atualizada sobre as Pastorais, que o Padre Domingos apresenta em diversas línguas: português, castelhano, francês, italiano, alemão e inglês; revelam a abrangência do tema muito pertinente e atual, visto a partir de uma perspetiva eminentemente bíblica.

X José Manuel Garcia Cordeiro
Arcebispo Metropolita de Braga
Presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade



[1]      Cf. 1Cor 12,28; Ef 2,20; 3,5; 2Tim 1,11; 2,7; At 13,1; At 21,8.

[2]      I. LAMELAS (ed.), Clemente Romano, Carta aos Coríntios (=Philocalia 1), Alcalá, Lisboa.

[3]       Cf. HIPÓLITO DE ROMA, Tradição Apostólica (=Exultet 13), Secretariado Nacional de Liturgia, Fátima 2020.

[4]      Cân. 1009.

[5]      CATIC 1593.

[6]      C.M. MARTINI, Le tenebre e la luce. Il dramma della fede di fronte a Gesù, Piemme, Milano 2009, 64.

RDI

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