Reconstruir o rumor de Deus
Para uma teologia estética da revelação
Autor: Miguel Rodrigues
Tamanho:148X210mm
N.º de páginas: 144
ISBN 978-989-9081-28-4
1.ª edição: junho de 2022
Coleção: Hodie – 8
Índice do livro »
A revelação de Deus no mundo e na humanidade, é ocasião para refletirmos, evocando indícios para que essa ação e presença se torne plausível e dizível no contexto contemporâneo atual, seja ele religioso ou secular. À sombra de uma multiplicidade de mediações, sustentamos a experiência estética como paradigma para a reconstrução da catedral, expressão inaugurada por Rui Chafes, estendida para a reconstrução da experiência humana na sua capacidade de abertura ao poético divino que interpela ao sublime desde o fragmento.
O esplendor da obra de arte, como mediação para a dizibilidade divina, suscita variadas expressões, emoções e sentimentos que, entre outras dimensões possibilitadoras de uma experiência reconstruída e renovada, catalisam para a força de uma ação que ausculta o rumor do não visível, marca indelével de uma profícua iluminação do quotidiano habitado por Deus.
Jorge Miguel Ferreira Rodrigues
nasceu a 4 de abril de 1996, natural de Nogueira-Braga, Arquidiocese de Braga.
Frequentou o Seminário Conciliar de Braga, tendo completado, durante esse período formativo, o curso em Teologia na Universidade Católica Portuguesa – Faculdade de Teologia de Braga.
Concluiu, em 2019, o Mestrado Integrado em Teologia pela defesa da dissertação intitulada «Deus na mediação do mundo: para uma teologia da revelação incarnada. Uma leitura a partir de Joseph Moingt, sj». Já em 2022, no mesmo Campus, terminou o 2.º grau canónico, no curso de Doutoramento, pela apresentação da tese «Reconstruir o Rumor de Deus: para uma teologia estética da revelação», investigação que dá corpo a esta publicação. Pela relação eminentemente dogmática e estética, tais trabalhos acentuam o caminho que o autor procura desenvolver numa articulação entre a teologia e a cultura.
Foi ordenado presbítero em 2021 e, atualmente, é pároco em Penselo (São João Batista) e Fermentões (Santa Eulália), arciprestado de Guimarães/Vizela, Arquidiocese de Braga.
Como reconstruir a catedral?
Do rumorejante habitar
Mais do que sossego, primeiro, sugiro um sobressalto. Saltar por demoras. Isto é, para mergulhar na surpreendente obra com que Miguel Rodrigues nos presenteia. Porque, com ele, somos convocados à suspensão e ao suspense, do pensamento previsível e da chã curiosidade, para, de olhar transfigurado, relermo-nos na sua admirável artesiana textual e epifania imagética. Sem dúvida, este corpus implica-nos. Irá deixar-nos interrogativos e tomados de silente espanto. Para, quem dera, evitarmos a capitulação na ‘heresia’ da indiferença à hospitalidade do diverso, na coragem e delicadeza de encontrar, segundo o convite do Papa Francisco, «os novos sinais, os novos símbolos, uma nova carne para a transmissão da Palavra, as diversas formas de beleza que se manifestam em diferentes âmbitos culturais, incluindo aquelas modalidades não convencionais de beleza que podem ser pouco significativas para os evangelizadores, mas tornaram-se particularmente atraentes para os outros» (Evangelii Gaudium, 167). (...)
Joaquim Félix de Carvalho, in Apresentação