

Tamanho: 148X210 mm
N.º de páginas: 128
ISBN 978-989-8877-31-1
3ª edição: Fevereiro de 2019
No dia 2 de Fevereiro de 1971 publicou-se a Instrução Geral sobre a Liturgia das Horas (IGLH). Esta Instrução, da então chamada Sagrada Congregação para o Culto Divino, é considerada como «o mais importante documento, senão o mais prestigioso, de toda a reforma pós-conciliar.
A Liturgia das Horas é uma forma de celebrar o mistério pascal de Cristo na vida quotidiana. É o Ano litúrgico que guia e inspira a Liturgia das Horas, qual sacrifício espiritual e grande cântico de louvor que a Igreja eleva a Deus «como incenso» (Sl 140). A Liturgia das Horas é a celebração do mistério pascal de Cristo no tempo através das horas.
O imperativo paulino «orai continuamente» (1Tes 5,17) foi assumido pela constituição conciliar Sacrosanctum Concilium de forma directa, revitalizando a fundamentação teológica do Ofício Divino. Os princípios teológicos, pastorais e espirituais do Ofício Divino sintetizam-se: na função sacerdotal da Liturgia como louvor e intercessão; na sacramentalidade da oração; no louvor perene de toda a Igreja e não só dos que estão obrigados ao ofício; na consideração da oração litúrgica como fonte primeira da espiritualidade.
No dia 2 de Fevereiro de 1971 publicou-se a Instrução Geral sobre a Liturgia das Horas (IGLH). Esta Instrução, da então chamada Sagrada Congregação para o Culto Divino, é considerada como «o mais importante documento, senão o mais prestigioso, de toda a reforma pós-conciliar. É um verdadeiro tratado teológico, pastoral, ascético e litúrgico da oração, do sentido da Liturgia das Horas e das partes em que se divide» (A. Bugnini).
A IGLH apresenta alguns princípios fundamentais da oração litúrgica no seguimento da Sacrosanctum Concilium: a) o carácter público e comunitário da oração; b) a veritas horarum e a santificação do tempo; c) o louvor de Deus e a santificação do homem; d) o aprofundamento doutrinal e espiritual.
Por isso, o ordenamento da Liturgia das Horas tem alguns princípios concretos:
8. Da Hora de Laudes fazem parte as preces. Esta Hora destina-se a santificar o tempo da manhã. Ao ser rezada no despontar de um novo dia evoca a Ressurreição de Cristo, o verdadeiro Sol nascente. As Vésperas estão ligadas à tarde que concluiu o dia e inicia a noite «a fim de agradecermos tudo quanto neste dia nos foi dado e ainda o bem que nós próprios tenhamos feito» (IGLH 39) e recordam a obra da redenção. Ao fim das preces foi restabelecida a oração do Pai-Nosso. Assim, tendo em conta que ele também se reza na Eucaristia, fica restabelecido o costume da Igreja antiga de o recitar três vezes ao dia.
A Liturgia das Horas é obra de Cristo e da Igreja, de Cristo e de todo o Povo Santo de Deus, e é o próprio Cristo que lhe dá a sua verdadeira dimensão salvadora. A Liturgia das Horas é oração cristã, porque é de Cristo, Cabeça do Corpo do Filho e de todos os cristãos, membros desse mesmo Corpo. A Liturgia das Horas é também oração cristã por ser oração de Cristo nos cristãos e dos cristãos em Cristo, num só Espírito. A Liturgia das Horas é ainda oração de Cristo por nós, como nosso Sacerdote, e de todos os cristãos a Cristo como seu Deus e Senhor.
Bem-aventurado o povo que acredita em coisas tão profundas e delas se alimenta todos os dias, ao longo das suas diversas horas, diurnas e nocturnas.
+ José Manuel Garcia Cordeiro
Bispo de Bragança-Miranda
Presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade