Semana Santa
5.ª edição (2022)
Formato: 11X170 mm
208 páginas
ISBN 978-989-9081-21-5
Conforme a 3.ª edição do Missal Romano.
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Texto das celebrações da Semana Santa: Domingo de Ramos ao Domingo de Páscoa.
Inclui orações, leituras, comentários às leituras, oração universal e rubricas.
APRESENTAÇÃO
No Ocidente, os documentos litúrgicos sobre a celebração do Tríduo Pascal são poucos. Contudo, Santo Ambrósio (†397) já refere o termo “Triduum Sacrum” e Santo Agostinho (†430) usa, claramente, a expressão “Sacratissimum Triduum” para indicar os dias em que Cristo sofreu, repousou no sepulcro e ressuscitou. Por tal motivo, o Tríduo Pascal não constitui uma preparação da solenidade da Páscoa, mas é, verdadeiramente, a celebração da morte e da Ressurreição de Cristo, da qual resplandece a novidade de vida em Cristo que brota da sua morte redentora.
O Tríduo Pascal da Paixão e da Ressurreição do Senhor, ponto culminante de todo o Ano litúrgico, inaugura-se com a Missa da Ceia do Senhor, tem o seu centro na Vigília Pascal e termina com as Vésperas do Domingo da Ressurreição.
O significado teológico dos três dias é realçado pelo Catecismo da Igreja Católica, nestes termos: «Partindo do Tríduo pascal, como da sua fonte de luz, o tempo novo da Ressurreição enche todo o ano litúrgico da sua claridade. Ininterruptamente, dum lado e doutro desta fonte, o ano é transfigurado pela liturgia. É realmente “ano da graça do Senhor”» (n. 1168). E, a seguir, acrescenta: «É por isso que a Páscoa não é simplesmente uma festa entre outras; é a “festa das festas”, “solenidade das solenidades”, tal como a Eucaristia é o sacramento dos sacramentos (o grande sacramento). Santo Atanásio chama-lhe “o grande Domingo”, tal como a semana santa é chamada no Oriente “a semana maior”» (nn. 1168-1169).
Da celebração do Tríduo Pascal passou-se à celebração da Semana Santa. A Semana Santa, em sentido estrito, compreende os últimos dias da Quaresma até ao início do Tríduo Pascal, iniciando-se com a “procissão de Ramos” no Domingo da Paixão do Senhor, que recorda a entrada messiânica de Jesus em Jerusalém, e com a Missa em que se lê a paixão segundo um dos Evangelhos sinópticos incluindo a “Missa Crismal” na Quinta-Feira Santa de manhã, celebrada pelo Bispo com o Presbitério e o Povo Santo de Deus na igreja Catedral. Todavia, em sentido alargado, envolve simultaneamente o Tríduo Pascal.
Efetivamente, a celebração do mistério pascal de Cristo, na sua totalidade, constitui o momento privilegiado do culto cristão, não só no seu desenvolvimento anual, mas quotidiano e semanal. O mistério pascal de Cristo é o princípio basilar de toda a reforma litúrgica.
A Liturgia da Igreja convida-nos, portanto, a celebrar, na alegria do coração, o perene Aleluia em Cristo, a nossa Páscoa e a nossa Paz.
+ José Manuel Garcia Cordeiro,
Arcebispo Metropolita de Braga
Presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade